A literatura de cordel, trazida pelos europeus ao Brasil, fincou suas raízes entre o povo do nordeste, que passou a ser o maior consumidor desse tipo de leitura.
Os temas abordados giram em torno da cultura nordestina: narrativas sobre os homens do sertão, contos do folclore popular, aventuras do cangaceiro Lampião, histórias que passaram de pai pra filho. Tudo em forma de poema e versinhos que são declamados com emoção e expressividade.
Assistir o espetáculo do grupo Conte Lá Qu'eu Conto Cá, todo baseado em contos da literatura de cordel, foi um mergulho nos tempos de infância, nas histórias dos nossos avós. Mesmo que nunca tivéssemos ouvido exatamente aquelas histórias, bem típicas da cultura cearense, mas a atmosfera do momento era a mesma.
Poemas cadenciados numa métrica encantadora e envolvente. Muitas cores e um figurino simples, mas que diverte só de olhar. Caras pintadas com expressões lúdicas e movimentos que hipnotizam os olhos.
O ar romântico está sempre presente nas roupas das donzelas que vestem muito floral e estampas de xadrez com tons de rosa ou aguados. Alguns patchworks e muitas aplicações de elementos como flores ou lacinhos de tecido para dar um ar ainda maior de feminilidade e pureza a algumas personagens. Os rapazes usam sandálias de couro nos pés, como típicos nordestinos, chapéu de palha na cabeça para proteger do sol e bastante patchwork em tons vibrantes e alegres.
A mistura de cores e elementos remete a um universo onírico e mágico. Prende a atenção e faz qualquer um viajar num mundo de sonhos e muita saudade dos tempos de antigamente, das brincadeiras de roda, da imaginação fértil de criança que fantasia suas histórias, colorindo os pensamentos sem medo do "faz-de-conta".
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